terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Em resposta...

Perguntaram me ontem em jeito de brincadeira “ o que é que te aflige João Veríssimo?”
Tal como me habituei a responder sempre a esse tipo de questões, prontamente respondi: “ Nada, nada me aflige!” Acho que estava demasiado cansado e sem força para aceitar que hoje em dia muitas coisas me afligem.

Em jeito de brincadeira – “porque a brincar é que se dizem as coisas mais profundas” – abri hoje esta janela para responder de forma sincera a essa questão…

Aflige-me o furo na minha bicicleta que não me deixa andar enquanto não o reparar;
Aflige-me a calvície, as rugas e o peso dos 30 (quase à porta);
Afligem-me as lesões musculares cada vez mais frequentes;
Aflige-me o estado de saúde da minha avó, cada vez mais débil e que na maioria das vezes já nem se lembra quem sou;
Aflige-me não poder dar o melhor de mim a quem merece (amigos, família, à minha aldeia)
Aflige-me a insónia e a agitação da noite (manhã) anterior que não me deixou descansar;
Aflige-me o medo de correr riscos para ser “estupidamente feliz” (expressão que ouvi a uma amiga e achei excelente)
Aflige-me saber que existe uma fronteira muito ténue entre o Norte e a Paixão;
Aflige-me aceitar que a cada segundo que passa estou mais longe do Norte;
Aflige-me a escrita, que escreveria dias afim se quisesse dar liberdade a tudo o que sinto;
Aflige-me a ideia de que revelo sempre os meus sentimentos e que isso é um perfeito disparate;

1 comentário:

  1. Ora ai está uma coisa que não concordo quando dizes que é um perfeito disparate revelares o que sentes.. Qual é o problema de dizer seja o que for?? Ainda para mais se esse for um bom sentimento!! Nunca te encondas por de tras de nada nem ninguem, já o fiz e acredita em mim que não resulta, aprendi que por mais que custe... fala, diz, desabafa.. às vezes perdemos muitas coisas so por não dizer o que sentimos.
    E olha essa dos 30!! Quanto mais velhos melhor :P

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