quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Este Vício, Dois Portos

“ And I ´d give up forever to touch you, because I know that you feel me somehow”… sugestiva esta musica que ecoa do telemóvel em forma de despertador todas as manhãs. Hoje não foi diferente.

A voz rouca, os olhos inchados e o cansaço incrustado no corpo evidenciam uma sequência de noites desmedidamente intensas… talvez de um verão desmedidamente intenso! Estou naquela fase em que só falta mais uma prova – leia-se as festas do Sobral - até abrir o pisca para o lado e encostar à berma para repousar até ao próximo verão.

No entretanto, encharcado de alguma nostalgia, apetece-me escrever meia dúzia de palavras sobre a festa de Dois Portos. Ao fim ao cabo acredito que foi coroada de bastante sucesso. Traçaram-se objectivos bem concretos, muita discussão, muita água engarrafada (se calhar era cerveja), algumas cisões, mas a verdade é que salvo uma ou outra decisão, a esmagadora maioria das opções foram bem sucedidas. Parabéns amigo Branquinho! Escuso-me aqui de pedir desculpa pela minha (des)necessária ausência na preparação do evento. Não poderia ter sido de outra forma até porque as minhas condições anímicas não permitiam que me assumisse como uma mais-valia para o grupo.

Todos os dias aí são mágicos, os momentos eternizam-se, a mística fortalece-se e torna-se a cada dia especial. Não sei quem me disse, mas recordo desta festa as palavras ditas na 1ª pessoa por um ancião da terra“ nunca me lembro de Dois Portos ter um grupo de pessoas tão envolvida e tão unida como agora”.

Acredito que é uma das nossas maiores conquistas. É um espírito único que alguns tentam perceber, muitos queriam experienciar, mas só nós conseguimos viver. ESTE VÍCIO, DOIS PORTOS… Dava um bom slogan de campanha eleitoral. Talvez um dia, quem sabe…

Corre-me na massa do sangue, injectada por outros amantes da Terra (J. A., J.M. ,L.S. , A.F. R., A.C.) com quem tive a oportunidade de há 15 anos atrás partilhar noites únicas, esta droga que me desperta, me vicia e me impede de ficar quieto. Desta feita foram outra vez noites de loucura com alguns excessos a acompanhar. A segunda feira acabou por ter um pequeno cunho de falsidade, mas no coração dos puros estava lá a essência da mística. Cantámos, (Lá fui eu para o palco outra vez. Raios partam o Gajo sempre com o microfone na mão) pulámos, demos abraços eternos e aquele cafuné…

“Quando a minha terra precisar de mim, eu estarei aqui como sempre”, disse há dias a uma amiga querida (das puras). Que assim seja. No entretanto acho que me tenho de afastar por questões de saúde. Pela minha e pela de quem ocupa a superclasse em Dois Portos. Como diria o poeta “ Cumpriu-se o mar e o império se desfez” Faltará cumprir se Dois Portos?