segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A um amigo...

Abro hoje a janela – já tarde - para felicitar publicamente um amigo. Não o faria certamente se ele não fosse um amigo especial. E permito-me falar directamente para ele.

Vi-te crescer, e desde muito cedo que me intrigava ver-te várias vezes manietado por gesso nos pulsos, pelos braços ao peito, pelas pernas queimadas… “ Mais um doido como o meu irmão” pensava eu.

Os anos passam inevitavelmente e olho para ti de forma admirada na primeira vez que te vejo passar de bicicleta na nossa aldeia. A vontade de passar em primeiro lugar na tua terra ocupava-te o pensamento do dia anterior, diziam os “putos” da tua idade. Desconfiei disso – peço desculpa Amigo!

E não é que passaste mesmo em primeiro lugar… Confesso que me comovi, que senti genuína a tua expressão de alegria em resposta aos nossos gritos de incentivo. Nesse dia percebi que eras diferente dos demais.

Com o tempo fomos cruzando algumas saídas, trocando algumas palavras e no último ano a minha admiração por ti foi crescendo à medida que iam crescendo as nossas conversas e as nossas saídas. Nunca te disse Amigo, mas sofri com as tuas derrotas desportivas sempre com a certeza de que carregavas a tua equipa ao colo e que lutavas sozinho numa guerra contra muitos. Senti a tua enorme vontade de passar na tua aldeia de novo em primeiro, mesmo quando as condições eram adversas, e voltei a emocionar-me quando passaste bem destacado dos outros.

Hoje posso dizer que admiro-te pelas tuas capacidades físicas e desportivas mas essencialmente pela pessoa que és. Quando falo contigo esqueço-me que tens 20 anos. Ao longo deste ano foste o ombro amigo que me amparou e o braço que me empurrou nos momentos difíceis e turbulentos. A tua maturidade fascina-me e falar contigo dá sempre um ânimo especial. Obrigado por me ajudares quando mais precisava. Obrigado por me tirares de casa e me tentares mostrar o que é certo e errado. Obrigado sempre que me disseste “ Mas se fizeres isso, deixas de ser o João que eu conheço. É por sermos como somos que somos diferentes dos outros”. Obrigado pela expressão “ coração aos pulos”. A tua determinação, a tua garra, a tua inteligência e a tua humildade são invulgares. A tua entrega é desmedida e agora percebo porque andavas sempre com mazelas. Alguém como tu tem apenas um destino: o Sucesso!

Quando as pseudo-derrotas desportivas se assestaram sobre ti, sem que ninguém percebesse que não eram derrotas verdadeiras, escrevi-te qualquer coisa como “ Os Verdadeiros campeões não se fazem só de vitórias, champagne ou pódio, mas sim de atitude.”

Atitude tu tens, pelo que este ano voltas a ter todos os ingredientes para triunfar. Eu? Eu e Nós continuaremos à beira da estrada, este ano com cachecóis da Aluvia, com gritos de alento, com muita admiração, com toda a nossa amizade e com uma única certeza “ Força Joel Dois Portos está contigo.

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