quinta-feira, 12 de março de 2009

Conversas de Amigo

Ainda bem q te encontrei hoje… é bom falar contigo! Faz-me bem, especialmente hoje!

Manejas as palavras como o Sr. João torneava as esferas gastas da Hércules da Adega Cooperativa, que durante muito tempo foi a minha ídolo e musa inspiradora… como sugava ela todo aquele vinho? Ainda tentei fazer-lhe concorrência algumas vezes, mas em vão!

E nem me quero alongar contigo em termos muito profundos porque me embebedei ontem e não estou para grandes palavras…

“ Palavras? o que valem as palavras”?Não me respondes e eu complemento:

“Pagam-me 20€/hora para as usar. Mais que não seja, só por isso sinto-me no dever de não as balbuciar em vão”…

- “ Palavras?! Leva-as o vento”! Disparas-me em tom misterioso e agressivo! Tenho de concordar. E depois?

- “ Até que um dia surjam de novo e ecoem infinitos de um fogo sempre igual”. E com esta surpreendes-me!

Talvez isso responda a uma ou outra questão que teima em inquietar-me. Sim, tens razão. As palavras são voláteis, perderam peso, significado, sentido… longe vai o tempo em que ouvia minha mãe afirmar uma posição sob o eco da “ palavra de honra que vai ser assim”. Palavra de honra? O que é isso hoje, amigo? Embriaga-me mais o teu silêncio.

As palavras até posso compreender - que se lixe a dignidade, os 20€/ Hora e a “ palavra de honra” que a minha mãe afincava a pés juntos! Agora os Gestos, bom amigo?


-“Será possível fazer-se coisas tão díspares do que se sente? Então e o significado desses gestos?” Fazes-me uma expressão de espanto e eu assusto-me!

-“Esta é nova, não é?”

- “Quanto vale um beijo?” – Perguntas-me em sorriso cúmplice. Percebo-te e permito-me calar a ira e a revolta.

“ Em que acreditamos nós, então?” – Procuro eu a ânsia de um colo…

“ No sol não, porque também não brilha todos os dias” .

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